Voltei.
Mas na verdade, não de todo. Voltei com todo o meu corpo, inteiro, todos os dedos, todas as roupas, nenhuma mala perdida, tudo, tudo aqui.
Mas, olhe bem. Respire fundo. Não está exatamente tudo aqui...
Algo falta, algo que urge, algo que deveria estar aqui, mas não veio.
Um pouco da minha inspiração. Um teco das minhas promessas, um punhado da minha magreza...
Voltei, mas não voltei eu.
Voltei outra. Sento-me diante do papel em branco e ele me ofusca, me cega de modo que meus pensamentos não se montam o suficiente para escrever em paz.
Voltei, mas meus planos todos, minhas promessas enormes, essas, ficaram em qualquer lugar. Explodiram com os fogos, caíram sobre algum lago congelado, perderam-se entre a neve que caiu fina, fazendo doer até os ossos...
Ah os planos... como ficam bem no papel. Que lindos são quando os escrevemos, num papelzinho qualquer, como ítens de afazeres simples, sem saber que eles, esses planos grandiosos, ficam melhor ali, no papel em branco, do que em qualquer esquina da vida real...
Voltei. Mas minha inspiração, ainda não. Vou ligar pra Varig, ver se mandaram pro lugar errado, ver se estava etiquetada, dar meu endereço e, enfim, mandar entregar..
Voltei. Mas, calma, alguns pedaços ainda estão por vir...
1 comment:
Aninha, concordo totalmente qdo vc diz que os melhores planos ficam melhores no papel. E, sim, há dias hostis em que o papel em branco ofusca e intimida. Mas, tenho certeza que não adianta ligar pra Varig. O que vc procura deve estar junto com vc, em umas de suas malas, bem escondidinha. Não mudou de dimensão, mas quem sabe de cor? E vc não está achando...mas eu sei q está aí!
Beijocas de cristal!!!
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