Thursday, August 21, 2008

do silêncio

Passo horas nos blogs. Talvez não horas, mas tempo demais. Passo tempo demais a procurar que as palavras alheiam completem o que falta aqui. E não acho. Já procurei em Drummond, em Vinicius, em Clarice. Já procurei na Débora, na Mari, na Naty e na Juli. E até achei um pouco, mas bem pouco.
É como a sede. Nunca se mata totalmente. Você toma uma gole d’água, acha que está bem, sente a barriga inchar se tomar demais e nem consegue mais olhar a água. Mas não demora muito. Nenhum dia inteiro, para sentir sede de novo. Do que é essa minha sede que não cessa? De palavras? De entendimento? Ah, mas que tolice. Eu sei que as palavras que eu busco, as frases que preciso ouvir, o entendimento que me falta, eu sei, está bem aqui, em algum lugar enterrado dentro de mim. Mas o que fazer se há o infalável, o inexplicável, o impensável?
Nem Clarice, nem Drummond, nem os titãs, nem a ninguém. O vazio permanece, intacto, mudo, oco, escuro e seco como ninguém, nunca, conseguiria descrever.

2 comments:

... said...

...

Zezel said...

Eu també sou assim... também fico assim... passeando pelos blogs e pelas palavras. Adoro as suas. Beijo